Boogaloo Riot- Episódio 2

Podiam não estar à espera, mas hoje escrevo-vos acerca de um disco cujo single foi um anúncio do Mc Donalds.

Falo, claro, do primeiro álbum dos Violent Femmes.

Os Violent Femmes não são uma banda de rádio. Gordon Gano, vocalista e guitarrista, canta

com uma voz de adolescente e com uma sensualidade muito própria.

 

Seja pela sua forma de cantar, pelas letras que exploram amores unilaterais, incompetência social e outras mazelas hormonais, ou pelos momentos de improvisação coletiva onde a banda explode de uma forma digna de uns Velvet Underground, sempre associei este álbum às turbulências do final da puberdade. Pode também ter a ver com a minha própria idade quando o ouvi pela primeira vez (como já aqui disse, quando tens quatorze anos as músicas são todas sobre ti).

O disco homónimo começa com Blister In The Sun, a dita música do Big Mac e a que marcou a banda para sempre. Aquele riff de guitarra seguido das duas taroladas ficou na história da música.

Add It Up é o momento mais alto da angústia adolescente, uma corrida louca e ensurdecedora no carrossel do desespero borbulhento.

Confessions tem um pulso country, já Prove My Love deixa o modelo de canção perfeita que foi usado por toda a cena anti-folk surgida no final dos anos 90.

Em Gone Daddy Gone deparamos-nos com um swing enlouquecido, onde de surpresa ouvimos um vibrofone.

 O segundo disco da banda Hallowed Ground (apesar de ser fantástico também) não tem esta vibração de punk-sem-crista/hippie-sem-droga  que faz deste álbum uma aposta muito forte no jogo do 'Que disco levavas para uma ilha deserta (mas que no entanto tem um gira-discos)?