24 Sep
24Sep

Luís Teixeira


"Liquid Springs" é o tão antecipado disco de estreia dos Ditch Days. "I want to show you the casita, where my family used to go". Liquid Springs é suposto ser uma cidade inventada pela banda, uma espécie de utopia onde sonhos de infância, paixões e desgostos foram vividos.

 Em termos sonoros não é revolucionário nem nada do género, e nem é um mundo assim tão distanciado do nosso. Mas são canções alegres que se contradizem... Que despertam o melhor do nosso estado de espírito ou o pior. Do harmonioso "Back In The City" ao caloroso e evocante "Zowee". A temática do disco é quase sempre a mesma: Recordar episódios vividos em Liquid Springs. O mantra sónico de "Zowee" existe, por vezes evocando os momentos mais sorridentes do american lo-fi de anos 90.

  "Recordar episódios vividos em Liquid Springs"... Continuando no refletivo e ponderante "Nostalgia", mais pop consciente e frágil, sobre a perda e a inevitável necessidade de ultrapassar...

São nas texturas melódicas que Ditch Days destinguem-se de algumas bandas a fazer pop neste momento: sem nunca esquecer elementos básicos como o sintetizador, a banda é capaz de fundir a guitarra sem sobrepô-la, criando alguns momentos ecléticos e até elétricos como em "Countryside Nightlife", criando uma breve ilusão de Indie Rock... Nota para o dreamy "Melbourne" e para a bonita balada oscilada "Blue Chords".

Não é revolucionário, mas também não é aborrecido. Enquanto procuram a fórmula para o pop perfeito vão fundindo influências datadas e fazem precisamente aquilo que Liquid Springs sugere: recordar sonoridades temperamentais encaixado numa ranhura espiritual específica e feita para um só estágio. A gloriosa prenda de boas vindas ao Outono e à melancolia da estação.

Comentários
* O e-mail não será publicado no site.