Valley Rosário
Depois do garage-rock ressacado que foi "Morning After" os Fugly acabam de lançar um dos discos mais aguardados na musica underground do panorama nacional, o álbum de estreia chama-se "Millenial Shit" e marca o assumir de uma posição desta banda no mundo do rock garageiro. Dois anos depois do ultimo trabalho deste quarteto e continuamos a ser consumidos pelos fantásticos hinos evocados pela voz do frontman Jimmy com a ajuda da sua guitarra e conduzidos pelas enormes linha de baixo e batidas frenéticas da banda portuense a que já ficamos acostumados. Este disco contém 10 faixas e cerca de meia hora alucinante de guitarras hiperativas. Do primeiro EP para este longa duração notámos uma diferença enorme a nível da sonoridade da banda podemos confirmar isso em faixas como "Yey", "Inside My Head" e a canção de abertura "Hit the Wall" que são uma destruição sonora, uma correria rockeira, todas estas compostas por guitarras avassaladoras e afiadas com o intuito de fazer vibrar o ouvido do ouvinte, mais impetuoso do que fizeram acontecer em "Morning After". Neste disco é notada uma abordagem mais punk e avassaladora."Delirium" são dois minutos de instrumental rockeiro que nos servem de porta de passagem para o tema "Rooftop" que é certamente a faixa mais sossegada e solarenga do disco uma espécie de travão na velocidade sonora no álbum. "Take You Home Tonight" single já conhecido da banda antes do lançamento do disco é certamente das faixas mais memoráveis e que sem duvida irá perdurar imenso tempo na mente do publico desde ao seu refrão punk juvenil de forma fascinante ao solo de guitarra enraivecido e sem piedade. Os últimos 3 minutos do tema "XXXXX" que corresponde à ultima musica do álbum leva-nos de volta ao EP de estreia com o mesmo riff de guitarra da "Morning After" a ser tocado repetidamente, uma espécie de viagem no tempo às origens onde esta aventura musical começou. Uma lufada de ar fresco para os fãs do punk, aos poucos Portugal está a voltar a ressuscitar algo que se tinha ficado esquecido algures. Este disco merece ser ouvido e é bom notar uma forte evolução no som dos Fugly, um disco com uma certa maturidade e que não ficou nada a desejar com as suas canções musculosas e energéticas.