Depois de uma série de teasers e alguns leaks por parte de Filipe Sambado e pelo próprio magnata-in-progress fundador da Xita Manel Lourenço, Migas vê a luz do dia e não há melhor altura para um lançamento destes. Face a algumas críticas referentes à verdadeira consistência da editora, Manel responde com dois lançamentos cruciais, o primeiro de Veenho (ver crítica) e o segundo aquele que pode antecipar toda a nova sonoridade de Primeira Dama no tão aguardado sucessor de "Histórias por contar". Em "Arroios Beauty" todos os verdadeiros alicerces da editora são espelhados: entrosamento, química, detalhe. Manel E Queiroz são uma dupla arrasadora, em "Arroios Beauty" vemos sintetizadores analógicos em up-beats super intimistas, uma voz de Manel delay-drenched repleta de sensualidade, falsettos duplos... O real à-vontade destes jovem músicos marcam a canção na totalidade que honestamente consegue em 7 minutos fazer um trabalho muito mais eficaz que muitos EP's de duração superior.
"Migas" começa com uma eterna referência à catchprase dos satíricos Bro-X "Solta", pensávamos ser um mote para mais uma jornada eclética mas ouvimos sintetizadores constelares e subtis e Manel a disparar mais versos provocadores emblemáticos & imperceptíveis pelo delay que ele desenhou para o projeto mas sempre usando essa destreza vocal como instrumento. Esta retro-mania espacial de dimensões superiores à nossa começa na própria artwork do EP, um surf n turf alucinogéno que é tão confuso e fascinante ao mesmo tempo. Esta facilidade em criar side projetos versáteis e entusiasmantes realmente colocam Manel numa outra liga, enquanto "Histórias por contar" divergia por ter sido concebido numa fase prematura da Xita, tudo aquilo que for feito na jovem editora terá finalmente um selo emancipado e totalmente estabelecido em cada novo lançamento e estamos só no começo.