18 Sep
18Sep

Luís Teixeira


Nooj é o projeto de quarto de Guilherme Almeida e Miguel Costa, guitarra e baixo de Old Yellow Jack. Embora menos sério ou urgente que a banda de  Neo-Psichadelia recentemente convertida em Indie Rock experiementaurs, existem apontamentos muito interessantes a retirar de "Marina". Enquanto o seu pai Old Yellow jack esforça-se demasiado para ser aquilo que não é, Nooj faz precisamente o contrário, nada se esforça para ser exatamente aquilo que não sabe. Porque os ideais são mesmo esses, Nooj é um canal de passagem para a experimentação, para a simples criação de músicas, sem necessariamente precisarem de uma estrutura, de uma ideia. Música despretensiosa feita por músicos com uma mente aberta e vontade de explorar... É precisamente por Nooj não se esforçar de todo por ser ou soar a algo que é tão entusiasmante ouvi-los! O problema é que nesta cornucópia de incerteza, takes que parecem tirados de ensaios e indiferença total na deglutição das mesmas, surgem canções legítimas! 

 Do fuzzento "Guardar restos sempre dá para lembrar" para o rock and rollesco envolto em ruído branco "Vida Paula" até ao pós-rock, fake-prog, dissonante e caótico instrumental "Ambi-ent", até ao slacker-rock, grungy e solarento "Ostras e Champagne". Até no interlúdio sente-se a urgência em experimentar tonalidades e trembles...

Por trás de todo o caos sónico existem canções escritas, um Pop pastilha elástica de fácil compreensão e catchy. "Marina" não soa de todo a Old Yellow Jack, nem a Modernos nem a nada. É por se manter genuíno e simples do início ao fim que é uma audição tão acessível, concisa, rápida e eficaz. Noutra estância poderão surgir mais músicas, terão de vir com a mesma ingenuidade e condescendência que esta estreia.

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