08 Mar
08Mar

Luís Teixeira


O disco começa logo com um hino Quelle Dead Gazelle-esque "Mats Magnusson", isto é um prefácio por várias razões. Contendo membros de Quelle Dead Gazelle, Marvel Lima ou Paus, conseguem emergir as três distintas sonoridades de cada banda num caldeirão que é tão imprevisível e que se constrói de segundo a segundo, dando origem a pequenos cânticos math-rock/pós rock atmosférico e progressivo.
 Estes instrumentais vão ficando mais intensos ao decorrer do disco, do cinemático "Cafe Del Mar" para o groovy, pedal drenched, Paus-esque single "Rosa Mota", consegue-se perceber a que banda pertence cada instrumento tocado, proeza realmente notável. Aproveitando o facto de ser um side project sem pretensões de nada, aproveitam o comic release como clickbaiter, do estranho cristalizado "Louva-A-Deus" até "Taxi Mágico", através de melodias siderais e indiligentes; Até "Pop Santeiro" com um ar hispânico ouvido no debut de Marvel Lima; Até ao sonante flute-memoir "Modelo e Detetive", canções gravadas no sítio certo à hora errada.

Para terminar com o ansioso e impaciente, mas meigo, tenro e harmónico "Terreiro do Espaço", mais uma eterna referência ao sem-muito-problema brainstorm unusual, estas canções refletem sobre o real progresso das bandas dos seus percurssores. Rabo de Cavalo soa a algo tão legítimo quanto qualquer trabalho lançado por Paus, Marvel Lima ou Quelle Dead Gazelle, unidos, dão forma a uma concepção que prima precisamente pela facilidade em desfagmentar e re-inventar sons que já foram ouvidos nestes três grupos, adicionando-lhe a personalidade e a pitada de apatia que faltava para as canções realmente singrarem e tornarem-se intemporais.


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