08 Nov
08Nov

Luís Teixeira


Desde a Modular People e o boom do rock australiano (Tame Impala, Pond, Jagwar Ma) surgiram várias respostas em múltiplas regiões do globo. Os Estados Unidos viram a sua maior coletiva de Pop Psicadélico entrar em hiatus (MGMT) e a Inglaterra responde através da Heavenly Recordings que liberta novos discos essências de Rock Psicadélico Britânico (Temples) e surgem também em 2012 os Toy que aparecem com o single "Motoring".


"Clear Shot" é a banda a dissipar-se e a explorar outras sonoridades britânicas em vias extensão. Mantendo um visual Glam em quase todas as suas aparições, é uma forma de mascararem a sua eterna diversidade sonora. Do Pós Punk gloomy de "A Clear Shot" até ao Brit Pop de "Another Dimension", Toy nunca perdem o seu fato psicadélico, mas convertem-no num espetro pop que possa englobar qualquer termo.

Assim estas canções soam a dark-druggy pop de anos 80, os vocais de Maxim atingem novas cordas convencionais embora sempre muito alienado e limitado. A banda prova ser capaz de chegar ao extremo das suas competências pop, da pegajosa e harmoniosa "Im Still Believing" até ao Pop mais contorcido e labiríntico em "Jungle Games", mas nunca perde a sua natureza assustadora e obscura, mesmo nas suas canções mais otimistas, como na espacial "Dream Orchestrator".

Já não se trata de reverb e delays constantes, trata-se de construir canções pop sempre construídas num imaginário muito pouco lúcido, mas sempre muito entusiasmante de explorar, com toda a confiança que o rock britânico ganhou ao longo dos séculos. " Clear Shot" são The Cure e Suede num só e mesmo sem querer, é inevitável o esforço de Maxim em trazer o brit pop de anos 90 para o século XXI, nem sendo este dos piores esforços do novo catálogo britânico.


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