A porta aberta de Luís Severo

Luís Teixeira

Se Cara D' Anjo já relevava Luís Gravito como um compositor exímio, sentimentalista e emotivo, "Luís Severo" será isso tudo e muito mais: Uma Tour de Force de Pop nórdico guiado pelo chillwave, new wave e a dream pop, mas muito mais que som é na sua composição mais frágil que nunca que o compositor expõe a sua derradeira turbação. Revisita a infância em melodias nostálgicas, explora memórias interditas através de hooks e arranjos melódicos etéreos e tudo isto de forma mais limpa possível, sem muitos efeitos vocais. É também uma transição estética, a alma lo-fi continua presente mas o som é muito mais polido e cristalino, muito mais brilhante, muito mais grandioso... Feito para audições de maior alcance, é uma clara evolução: É gravado na Cuca Monga, depois de concluída uma tour pelo país com todos os artistas da editora, incluindo projetos paralelos de membros dos Capitão Fausto; É arranjado por Manuel Palha e Diogo Rodrigues, é misturado por Eduardo Vinhas no conceituado Golden Pony, é distribuído pela Sony... Se "Luís Severo" não for o disco mais ambicioso de Gravito até à data, por esta altura não haverá outro momento tão ou mais antecipado que a sua estreia, se o disco fosse traduzido para a língua inglesa seria lançado pela 4AD, se Luís Severo já era ouvido em todo o país então "Luís Severo" fará com que seja ouvido em todo o mundo, gravado em Alvalade na velha Lisboa que vê a sua música local viver a sua época de ouro.

"É um álbum homónimo, directo e polido. Marca a minha mudança para Alvalade. Por isso e muito mais, não faria sentido sair por outra mão que não a Cuca Monga.“