Ao contrário do primeiro dia, o segundo dia do Vodafone Mexefest nem era a coisa mais entusiasmante de sempre, chovia imenso na avenida, a vontade de estar a correr de um lado para o outro não era tanta, até porque não havia tantos concertos bons a motivar essas largas pedaladas que às vezes demoravam mais de 15 minutos! Não a chuva era tanta que até chegámos a perder um concerto porque tivemos de nos abrigar num dos autoocarros do festival, também não foi uma total perda de tempo, os amigos 800 Gondomar deram concertos ferozes e altamente javardos! Havia malas e pessoas a voar, cheguei a testemunhar algumas pessoas bater com a cabeça no poste do autocarro mediante a intensidade de uma faixa... Ouvia-se gritos também, enfim, mentira seria dizer que o grande acontecimento do dia era o concerto de Elza Soares no Coliseu, antes disso ainda houve alguns acontecimentos que merecem ser mencionados.
19:30-20:20, Sociedade de Geografia de Lisboa - Meg Baird (25 minutos)
Por esta altura já chovia imenso nas ruas de Lisboa, por consequência já haviam pessoas sentadas quase 20 minutos antes do início do concerto na Sociedade Geográfica de Lisboa. Embora Meg Baird nem fosse das nossas escolhas preferidas do cartaz de sábado, não ficámos indiferentes à fragilidade da compositora que pôs todo o auditório em silêncio, atento e a escutar tudo aquilo que saia da boca de Meg, a menina querida da Matador matou o silêncio com melodias florestais e primaveris que aqueceram o público durante todo o concerto.
20:00/20:30, Estação Ferroviária- Nooj
Apesar de tudo nunca escondemos o amor que temos pelos Nooj. O seu roque fácil e felino emanado por uma composição mínima, uma atitude despreocupada e um espírito Indie Rock Americano sempre nos entreteram desde o início. Estava pouca gente no público comparado a Sunflower Bean na sexta ou Kevin Morby (mais tarde), mas parecia estar ali montado um autêntico circo de estrelas por entre o público, desde o Curto Circuito que estava a fazer reportagem em direto antes do gig, até aos novos Garage Rock Pick-up Liners Veenho, até Miguel Abelaira (Quelle Dead Gazelle), até Manel Cabral (Vodafone Fm) parou uns segundos para ver o concerto. Não é aquilo que a banda fez, é aquilo que a banda ainda pode fazer.
20:50/22:05, Teatro Tivoli BBVA- Mallu Magalhães
Havia um mar de gente que ficou barrada à porta do Tivoli, enquanto chovia a potes, é que o auditório estava totalmente lotado para ver Mallu Magalhães e as suas novas canções. Ficámos pouco tempo no Tivoli apesar de tudo...
21:10/22:10, Estação Ferroviária- Kevin Morby
Bem por esta altura o nosso roteiro já estava totalmente virado do avesso... Ainda apanhámos Teresa Castro (Mighty Sands) na linha da frente.
20:00/20:50, Cinema São Jorge- Señoritas (Essencial)
Como já é tradição na redação perder um grande concerto num festival, só temos registo fotográfico de Señoritas...
22:10/23:20, Coliseu dos Recreios- Elza Soares (Essencial)
Elza Soares em Portugal foi tudo aquilo que imaginava e muito mais. Em uma hora e meia disseminou "A Mulher Do Fim DO Mundo" de forma exímia e gloriosa. Trouxe para palco alguns convidados para ajudar a interpretar as suas canções e no fim defendeu a mulher como um ser único cuja sua interidade física ou emocional nunca deve ser alterada por terceiros. Foi sem dúvida a mulher mais aplaudida da noite. De "Pra Fuder" até "Firmeza" só hinos da Música Popular Brasileira que foram cantados por um coliseu que soube reconhecer Elza como uma das maiores divas do Século XXI, concerto no Coliseu ficará na história como um dos maiores acontecimentos de sempre no país.
Fotografia: Rita Cuña
Chegou ao fim mais uma edição do Vodafone Mexefest. Este ano o cartaz era promissor mas nem sempre correspondeu às suas expetativas. No entanto, é de louvar o intuito da Vodafone para fermentar cartazes desta natureza, cartazes que possam ser respeitados lá fora. Destaco apenas dois concertos, o de Filipe Sambado no primeiro dia e o de Elza Soares no segundo. Voltamos para o ano.