Boogaloo Riot (2º temporada) / 3º Episódio



O Boogaloo Riot desta semana continua com foco na América do Sul, porque vamos ser sinceros: há outro lado onde se faça música melhor? O disco desta semana chama-se Pecados Tropicales de 2012, o terceiro álbum de Kumbia Queers.
 Este super-grupo argentino nascido em 2017 toca uma versão moderna da cumbia com uma energia punk, instrumentos eletrónicos e letras que refletem de forma algumas vezes irónica a cultura LGBT (lembrem-se que no hemisfério sul isto não é bem a mesma coisa do que no “primeiro mundo”).
 Pecados Tropicales está cheio de coros e guitarras à lá punk dos anos 70, sem nunca deixar para trás a hipnose dos teclados cumbieros.


Motochorra, por exemplo, é uma das faixas mais pesadas do disco e talvez uma das mais dançáveis, com riffs de guitarra tão tropicais que certamente deixaram os Mano Negra invejosos. Quizas Mañana, a faixa que se segue é uma balada cheia de groove que não pode deixar indiferente alguém que já se tenha apaixonado. La Cantinera, por sua vez, partilha a temática com Carraspana dos Peste & Sida, que é dos hinos ao álcool mais bonitos mas que peca por ser demasiado #punkazeiteiro- as Kumbia Queers resolveram esse problema sem terem sequer de ouvir a canção. Nestes 4 minutos, conseguem convencer-me que passaram toda a gama de frequências- dos 20 ao 20.000. Sei que não é assim, mas gosto mesmo muito desta malha.

Outro grande hit deste disco cheio deles é Valeria, uma história sobre uma noite de amor musicada ao som da verdadeira cumbia villera, ou seja com keytars incríveis num ambiente de block party ou na grafia mais correta baile de villa.

Deixo um apelo a que as tragam cá como nota final para todos os promotores portugueses, especialmente cenas do governo e câmaras municipais.
Os portugueses precisam de mais Kumbia Queers na sua vida.